quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

A gente finge que arruma o guarda-roupa, arruma o quarto,
 arruma a bagunça. Tira aquele tanto de coisa que não serve,
 porque ocupar espaço com coisas velhas não dá. As coisas novas
querem entrar, tanta coisa bonita nas lojas por aí. Mas a gente
nunca tira tudo. Sempre as esconde aqui, esconde ali, finge para
si mesmo que ainda serve. A gente sabe. Que tá curta, pequeno,
apertado. É que a gente queria tanto. Tanto. Acredito que arrumar
a bagunça da vida é como arrumar a bagunça do quarto. Tirar tudo,
 rever roupas e sapatos, experimentar e ver o que ainda serve,
 jogar fora algumas coisas, outras separar para doação.
Isso pode servir melhor para outra pessoa. Hora de deixar ir.
 Alguém precisa mais do que você. Se livrar. Deixar pra trás.
 Algumas coisas não servem mais. Você sabe. Chega. Porque guardar
 roupa velha dentro da gaveta é como ocupar o coração com alguém
que não lhe serve. Perca de espaço, tempo, paciência e sentimento.
Tem tanta gente interessante por aí querendo entrar. Deixa.
 Deixa entrar: na vida, no coração, na cabeça.
Caio F. Abreu


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